O livro de Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, radicalizado na Alemanha, foi elaborado no ano de 2021. As reflexões produzidas pelo autor, no auge da mais recente pandemia atravessada pela humanidade, certamente podem ser consideradas como mais uma denúncia sobre as condições do nosso comportamento.
Ao longo de pouco mais de cem páginas, o autor discorre sobre o excesso de positividade que avassala o mundo contemporâneo e de como a percepção e necessidade de imersão no sofrimento são condições essenciais para o desenvolvimento pessoal que, consequentemente, acarreta no desenvolvimento social.
Logo de início, o texto apresenta uma provocação, citando o filósofo alemão Ernst Jünger: “Dize a tua relação com a dor, que te direi quem és”. A partir do conceito de algofobia (medo e angústia generalizada sobre a dor), o autor discorre profundamente sobre a forma com a qual o sujeito lida com a dor diz muito sobre o tipo de sociedade em que vivemos, que se encontra cada vez mais anestesiada e sem sentido.